Audiência Pública sobre o Rádio Digital (ALERJ)
Apesar da pequena repercussão na mídia, o debate sobre o padrão de rádio digital a ser implantado no Brasil está sendo discutido pelas emissoras comunitárias. Durante uma audiência pública realizada na ultima sexta-feira (15) no Rio de Janeiro, pesquisadores apontaram para necessidade de atualizar a legislação de comunicação no país antes de efetuar a digitalização.
Dois padrões estão sendo testados pelo Ministério das Comunicações: o europeu Digital Radio Mondiale (DRM) e o estadunidense HD-Radio. Estiveram presentes na audiência representantes da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), da Associação Mundial de Rádios Comunitárias do Brasil (Amarc Brasil) e do Movimento Nacional de Rádios Comunitárias (MNRC).
Arthur William, representante da Amarc Brasil, afirmou que o debate sobre rádio digital “precisa acontecer a luz do que a gente precisa mudar na comunicação no Brasil”. Ele apontou diversos problemas que a norma que regula as rádios comunitárias, a lei 9.612, pode causar às emissoras na transferência do analógico para o digital.
Ele explica, por exemplo, que as rádios comunitárias no Brasil são obrigadas, por lei, a atuar com muito baixa potência. Como os testes dos padrão a ser implantado são feitos com poucos watts, qualquer ruído urbano vai impedir que o rádio digital aconteça na rádio comunitária.
Rafael Diniz, representante do DRM Brasil, também ressaltou que a baixa potência das comunitárias atrapalha os testes. Ele discordou do representante da Abert, segundo o qual rádio digital não seria interessante para os consumidores pois não traria muitas diferenças em relação ao padrão analógico.
De acordo com Rafael, o rádio digital permitiria a criação com uma nova rede de comunicações livre, sem vigilância – como tem sido o caso da internet, com pluralidade de vozes. Isso porque a nova tecnologia permite a multiprogramação e a interatividade garantindo não só a transmissão de áudio mas de outros conteúdos multimídia.