por Arthur William Cardoso Santos | abr 5, 2012 | TV & Rádio
ISDB-Tb é muito mais que um padrão de TV digital. A solução nipo-brasileira é um sistema multimídia que permite a convergência dos antigos serviços de rádio e televisão. Além disto, possibilita a transmissão de dados para a interatividade mais avançada possível no mundo, através o middleware Ginga.
O ISDB (Integrated Services Digital Broadcasting) possui uma flexibilidade para abrigar o chamado rádio digital:ISDB-Tsb (Terrestrial Segmented Band ou Terrestrial for Sound Broadcast).

ISDB permite HDTV, SDTV, mobile LDTV e Rádio Digital

Serviços multimídia no ISDB-Tsb
O ISDB-Tsb, ou N-ISDB (Narrowband ISDB), usa os 13 segmentos do ISDB para o rádio digital. É possível transmitir áudio com três segmentos (1290 kHz) ou com apenas um (430 kHz). A configuração do uso de 1 segmento para cada estação permite que os canais de rádio digital possam ser captados por receptores de TV Digital móvel, o chamado One Seg.

Resultado dos testes do rádio digital AM em São Paulo
Testes do rádio digital AM são ruins
O Sistema Globo de Rádio considerou muito ruins os testes, tanto do DRM como do HD Radio (IBOC da iBiquity), do rádio digital na faixa de frequências de OM (Ondas Médias), popularmente conhecida pelas emissoras que operam em AM (Amplitude Modulada – 525 a 1.705 kHz). As interferências, cada vez mais fortes nas grandes cidades, impossibilitariam a recepção do rádio digital nesta faixa.
Estas interferências não atrapalham tanto a faixa de VHF, onde atualmente estão presentes as rádios FM (88 a 108 MHz) e os canais 2 a 13 (54 a 216 MHz) de televisão.

ISDB-Tb em 9 países da América do Sul
ISDB-Tb (ou SBTVD) foi adotado por 12 países na América Latina, totalizando 370 milhões de habitantes:
- Brasil
- Argentina
- Peru
- Venezuela
- Chile
- Equador
- Guatemala
- Costa Rica
- Paraguai
- Bolívia
- Nicarágua
- Uruguai
E ainda, existe a possibilidade da adoção por países africanos de língua portuguesa como Angola e Moçambique, além de Botsuana. O diferencial é que lá um canal de televisão possui 8 MHz e não os 6 MHz da América Latina. Testes realizados na TPA(TV Pública de Angola) tiveram sucesso.
Receptores ISDB são baratos e convergentes

Rádios podem ser captadas por receptor de TV digital móvel One Seg e por televisores
O ISDB-Tb já está integrado a outros serviços, como telefonia móvel e navegadores por satélite. Existem diversos modelos a venda de celulares e aparelhos de GPS com TV digital One Seg. Há também receptores para notebooks, os chamados PenTV.
Veja a lista comparativa de preços de receptores:
- DRM – 200 euros – 455 reais
- HD Radio (IBOC) – Entre 49 e 199 dólares – 78 e 319 reais
- ISDB-Tb One Seg (TV) – Entre 99 e 299 reais
O problema é que os receptores One Seg que estão no mercado brasileiro só recebem o segmento central, ou sejam apenas um segmento dos 13 disponíveis.
Rádio no VHF e TV no UHF

ISDB-Tsb pode usar 1 ou 3 segmentos dos 13 disponíveis
O SBTVD utiliza a banda de UHF para o serviço de faixa larga, como televisão SD (480 linhas), HD (720 linhas) ou Full HD (1080 linhas de resolução). Em 2016, todas as emissoras de TV serão digitais e ocuparão o UHF, deixando vagas as frequências no VHF.
Muito se discute sobre o uso do VHF após a digitalização da TV. As operadoras de telefonia estão de olho neste espaço e os radiodifusores não querem abrir mão, mas não têm uma resposta unificada sobre a destinação da banda.
Uma solução seria usar o VHF para a transmissão do rádio digital. O Japão testou o ISDB-Tsb em 4 MHz do canal 7 em Osaka e Tokyo com sucesso. Estes testes terminaram em 31 de março de 2011.

Japão: Rádio no VHF e TV no UHF
A recepção do rádio digital na faixa de VHF é possível pois a transmissão do áudio acontece em faixa estreita, já uma transmissão de vídeo não é recomentada, pois é banda larga.
Operador de rede para transmissão

Operador de rede no Rádio Digital com ISDB-Tsb
Um canal de 6 MHz do ISDB (com 13 segmentos) pode carregar vários sinais de áudio com 1 ou 3 segmentos cada. Mas, para tal, é preciso que a infraestrutura de transmissão seja compartilhada por mais de uma emissora através de um operador de rede.
O Operador de Rede (multiplex service) é comum na Europa, onde as emissoras públicas são fortes, e possui muitos benefícios:
- Redução dos custos de transmissão
- Menor impacto na natureza (menos antenas)
- Isonomia na prestação do serviço
- Facilidade de fiscalização
- Melhor utilização do espectro eletromagnético (otimização)

BBC – Operador de Rede no Rádio Digital
No Brasil, existe a possibilidade de as rádios públicas,culturais, comunitárias, educativas e estatais serem transmitidas através de um Operador de Rede de Televisão Pública Digital, instituído pela Portaria 24/2009 do Ministério das Comunicações. Esta decisão do MiniCom reserva os canais UHF 60 a 69 (746 a 806 MHz) para as TVs públicas e as autoriza a fazer multiprogramação.
Padrão de áudio AAC
ACC (Advanced Audio Coding) é um dos mais modernos padrões de compressão de áudio existentes. Ele está presente no ISDB, no DRM e no DMB (DAB+). Por meio deste codec, é possível transmitir um áudio de alta qualidade com 144 kbps, ou até uma multiprogramação.

Transmissão de baixa potência para rádios comunitárias
Um dos grandes problemas dos padrões de rádio digital é a inadequação para emissoras de baixa potência, como rádios comunitárias (25W).
O ISDB tem uma configuração de SFN (rede de frequência única), possibilitando que várias geradoras utilizem a mesma frequência sem que uma interfira na outra. O SFN (single-frequency network) pode funcionar com diversos transmissores de baixa potência, chamados de Gap-Fillers. A ideia original é que os gap-fillers cubram as sombras (ou buracos) na transmissão em UHF, que não supera obstáculos como morros e bairros com muitos prédios.
Comparação dos custos de migração para o rádio digital:
- DRM – US$ 70 a 90 mil
- HD Radio (IBOC) – US$ 35 mil + US$ 5 mil (do software) = US$ 40.000
- ISDB-Tb – US$ 25 a 83 mil
Saiba mais
por Arthur William Cardoso Santos | abr 4, 2012 | TV & Rádio
A digitalização da transmissão era apresentada como a solução para o rádio do futuro, congregando áudio de alta qualidade e serviços adicionais como textos, fotos e pequenos vídeos, Contudo, os padrões de rádio digital disponíveis não demonstram grandes novidades em relação à experiência da Internet. DAB/DMB, DRM, HD Radio/IBOC e ISDB-Tsb mantêm a comunicação unidirecional, ponto-a-massa e linear. Além disso, não aumentam significativamente a oferta de canais no espectro eletromagnético. Há também outra barreira: o preço. Os transmissores digitais e os receptores são muito caros. Em todos os países em que foi implementado, o rádio digital não teve sucesso. Em Portugal, por exemplo, é pensado o desligamento das transmissões digitais.
O Sistema Globo de Rádio considerou muito ruins os testes, tanto do DRM como do HD Radio (IBOC da empresa iBiquity), do rádio digital na faixa de frequências de OM (Ondas Médias), popularmente conhecida pelas emissoras que operam em AM (Amplitude Modulada – 525 a 1.705 kHz). As interferências, cada vez mais fortes nas grandes cidades, impossibilitariam a recepção do rádio digital nesta faixa. Emissoras como a Jovem Pan descartam o uso do Rádio Digital e apostam suas fichas na internet.
Com a popularização de dispositivos móveis como celulares e reprodutores de MP3, a música torna-se commodity. Outro fenômeno que impacta o serviço de rádio é sua redução no bolo publicitário (4% do total) e a crise do modelo de financiamento das emissoras comerciais.
Dentro deste cenário, as rádios comunitárias se diferenciam por seu conteúdo local, produção própria e financiamento que não depende da publicidade comercial, o que é proibido por lei. Sua articulação com Pontos de Cultura, Universidades Públicas e outras políticas públicas é a saída para que se transformem em Centrais Públicas de Comunicação, com produção de conteúdo comunitário multiplataforma, otimizando recursos e elevando o alcance das informações.
por Arthur William Cardoso Santos | abr 2, 2012 | TV & Rádio

Blog ‘Diário de Natália’ é ação transmídia na TV Brasil
Transmedia storytelling é a construção de umanarrativa transmidiática em que é contada uma história diferente para cada plataforma.
Está na moda a tal da transmídia e olha que muita gente ainda confunde com o crossmedia, onde um mesmo conteúdo é distribuído para várias plataformas.
A TV Brasil possui uma experiência neste sentido que é a minissérie Natália. A personagem que dá nome ao programa possui um blog, o Diário de Natália, no qual escreve, em primeira pessoa, quatro posts por semana (a série é transmitida aos domingos):
- 1° post imediatamente após o episódio ir ao ar com o principal eixo do capítulo
- 2° post na terça-feira com relato sobre os acontecimentos passados
- 3° post na quinta-feira com relato sobre os acontecimentos passados
- 4° post a dois dias do próximo episódio, já preparando o público para o desenrolar da trama
Através do blog, a personagem pode mediar polêmicas levantadas na tela, como religião, homossexualidade (há dois beijos homoafetivos na trama), pobreza e aborto. Como a série já está toda gravada, a personagem pode contornar conflitos pela web, o que não seria possível no produto audiovisual.
Para cuidar do diário, foi contratada uma profissional que leu o roteiro e assistiu a todos os capítulos antes de Natália ir ao ar. No caso, isto ocorreu porque a ação transmídia só foi construída após a produção da minissérie.
Natália usa Facebook para comentar cenas

Facebook da Natália em primeira pessoa
Na rede social Facebook, Natália possui um perfil onde faz chamadas para o blog e opina sobre situações vividas pela personagem.
Por exemplo, Natália postou uma foto do casamento do príncipe William com Kate Middleton, ocorrido após as gravações da série, e utilizou a seguinte legenda: “Um casamento tipo Branca de Neve é o sonho de muitas garotas da minha idade“.
por Arthur William Cardoso Santos | mar 20, 2012 | Conecta Caxias
– Transparência nas contas da Prefeitura
No final do ano passado, foi aprovada a lei 12.527, que é conhecida como Lei de Acesso à Informação. Ela diz que todo o cidadão tem que ter acesso a informações de municípios, Estados e Governo Federal pela internet e por telefone. O segredo passa a ser exceção e não regra, ou seja, algo só pode ser escondido se tiver uma justificava muito forte, porque o normal passa a ser a transparência. Isso ajuda a combater a corrupção, grande mal da política atual. Além disso, o cidadão fica com maior conhecimento sobre as ações da Prefeitura, o que o ajuda a saber se o prefeito é bom ou ruim.
– Campanha eleitoral proibida no Twitter
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu que a propaganda eleitoral só pode começar na rede social Twitter após 6 de julho. Mas a decisão só vale para candidatos e partidos. Quem não estiver envolvido na eleição pode se comunicar à vontade. Quem desrespeitar a proibição paga multa.
– Rádio Rock na Web
‘Roque Pense’ é uma rádio web voltada para o rock, com shows e debates. A inauguração aconteceu no centro cultural Silvio Monteiro,em Nova Iguaçu, no último dia 15. Vale a pena conferir o trabalho que conta com a ajuda da galera da Angu TV.
www.roquepense.blogspot.com.br/
– Conexão Caxias
É um programa da Rádio Kaxinawá que possui um blog e ações em várias regiões de Caxias. Os programas são transmitidos ao vivo pela internet e fica armazenados no blog. Os debates são sobre os projetos sociais da cidade, a música que é feita por aqui, além do resgate de histórias da região.
www.conexaocaxiasbf.blogspot.com.br
– Brasil vice-líder no Facebook
Pequisas apontam que, em abril, o Brasil passará de quarto para segundo no ranking de países que mais usam o Facebook. Nosso país vai ultrapassar Índia e Indonésia e ficará atrás apenas dos Estados Unidos. Isso só mostra a importância cada vez maior das redes sociais no Brasil.
por Arthur William Cardoso Santos | fev 29, 2012 | TV & Rádio

Quadro de tarefas do Scrum
Scrum é um método de gerenciamento de projetos muito usado atualmente pela TI de diversas empresas para o desenvolvimento de softwares, mas que tem um recente crescimento em áreas como Web Design e Marketing Digital(mídias sociais).
A metodologia ágil Scrum atua no sentido deaumentar o ROI (retorno sobre investimento ou relação custo-benefício) de um projeto. Através dele, é possível dividir as etapas de construção de um Web Site, por exemplo, priorizando as entregasde acordo com o valor agregado que a parte finalizada trará ao cliente, elevando sua satisfação.
Nos métodos gerenciais tradicionais como o PMBOK/PMI, o escopo (conjunto de funcionalidades do produto) é fechado, muitas vezes pela força de um contrato. A flexibilidade fica com a qualidade (mais rápido = pior qualidade e mais bugs), custo (mudança no projeto = preço mais caro) e prazo (novas funções = adiamentos e atrasos constantes).
Já no Scrum, o escopo é flexível, pois parte-se da ideia de que o cliente não é capaz de definir tudo o que deseja antes de começar a usar um software ou site. Ao final de uma sprint (trabalho que dura de 1 a 4 semanas) é entregue uma parte de um portal, por exemplo. Isto permite que o cliente dê um melhor feedbackpara os deselvolvedores, que, por sua vez podem entregar as funcionalidades que mais vão agregar valor ao projeto.
No final, muitas das funções pensadas inicialmente não serão implementadas, porque ao longo do projeto foram preteridas, perdendo importância. Outras surgirão e serão priorizadas, pois, no momento, incrementam mais o ROI. Desde o início de um projeto, o cliente já recebe partes do produto, que vai sofrendo um processo de melhoria contínua ao longo das sprints.
Do início ao fim, o que se vê é software, produto concreto, e não papel, levantamento de requisitos, burocracia. Esta é a filosofia do Manifesto Ágil.
Equipe multidisciplinar e auto-organizada
A equipe de um projeto Scrum deve ser composta por um grupo multidisciplinar de profissionais, que, a partir datroca de experiências e conhecimentos, podem crescer juntos com o desenvolvimento do produto.
Cabe ao Scrum Master ajudar a equipe a trabalhar. Ele não é o chefe tradicional, que dá ordens, manda e delega tarefas. O Scrum Master organiza as reuniões de planejamento (Sprint Planning) e revisão (retrospective e Sprint review), além do feedback diário (stand-up daily meeting). O próprio time distribui as tarefas e escolhe a maneira de executá-la (pair programming ou individualmente).
Já o Product Owner (dono do produto) é a figura responsável por aprovar ou rejeitar as entregas de partes de um site ao final de uma sprint. O PO quebra o projeto em histórias (stories ou épicos) e as prioriza, de acordo com a visão do negócio em que está inserido o projeto. E o Scrum Master, junto com a equipe, divide uma história em tarefas. Tudo para elevar o valor agregado do produto (website, aplicativo mobile ou software).
Ainda vou falar muito de métodos ágeis de gerenciamento de projetos como XP (eXtreme Programming), Scrum e Kanban. Termino aqui com a lista dos quatro pilares do Manifesto Ágil:
- Indivíduos e interação entre eles mais que processos e ferramentas
- Software em funcionamento mais que documentação abrangente
- Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos
- Responder a mudanças mais que seguir um plano