Jornadas de Junhos de 2013: Grupos que atuaram nos protestos do Rio de Janeiro

Jornadas de Junhos de 2013: Grupos que atuaram nos protestos do Rio de Janeiro

*Rio de Janeiro, onde as Jornadas de Junho de 2013 duraram mais de um ano*

O Rio de Janeiro foi a cidade que mais sentiu a força dos protestos de Junho de 2013 que se estenderam até a final da Copa do Mundo em julho de 2014 e ecoam até hoje na política brasileira. Para ajudar a contar essa história, o Dicionário de Favelas Marielle Franco (wikiFAVELAS) selecionou o verbete “Jornadas de Junho de 2013 no Rio de Janeiro”, escrito pelo jornalista Arthur William Santos, que pesquisou o tema em sua dissertação de mestrado defendida em 2015 na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

O verbete traz uma linha do tempo dos principais protestos do período (90 só no RJ), além de listar as dezenas de grupos que atuaram durante as manifestações. A mobilização ocorrida a partir de junho de 2013 abriu espaço no Brasil para a emergência de novas formas de organização política e de produção midiática. O Rio de Janeiro reuniu milhões de pessoas em suas ruas, na luta pelo direito à cidade no contexto dos megaeventos.

Num intervalo de quase uma década, a capital carioca sediou uma série de eventos internacionais, situação que intensificou ações que atacaram o “direito à cidade” de seus moradores. Jogos Pan-Americanos (2007), Jogos Mundiais Militares (2011), Rio+20 (2012), Copa das Confederações (2013), Jornada Mundial da Juventude (2013), Copa do Mundo (2014), Olimpíadas (2016) e Paralimpíadas (2016) trouxeram consigo gentrificação, remoções, violência policial através da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), além de corrupção na construção dos equipamentos esportivos.

Algumas das obras até hoje não foram concluídas, como o BRT da Avenida Brasil, promovendo engarrafamentos diários em uma das principais vias expressas que atende majoritariamente moradores de bairros periféricos. O então governador do Estado, Sérgio Cabral Filho, alvo de diversos protestos entre 2013 e 2014, ficou preso durante seis anos.

Como mostra a linha do tempo do verbete, as manifestações, que ocorreram em favelas, periferias e bairros nobres, tinham focos diversos: tarifa do transporte público (ônibus, trens e barcas), mortes de moradores de favelas com UPP como Amarildo na Rocinha, CPI dos Ônibus, contrariedade a privatizações (Maracanã, Petróleo e Saúde), greves de funcionários públicos (garis e professores), remoções forçadas (Aldeia Maracanã, Prédio da Telerj, Vila Autódromo e Metrô-Mangueira), rolezinhos, além de inúmeros protestos contra a repressão policial e a favor da liberdade de expressão.

O Rio de Janeiro passou por este ciclo dos megaeventos com dois governadores presos (Sérgio Cabral e Pezão) e um legado muito aquém do prometido, para dizer o mínimo. O verbete da wikiFAVELAS faz esse registro histórico, dando foco no papel de movimentos comunitários de periferias e de favelas nas Jornadas de Junho de 2013.

protesto 20 de junho 2013 rio rj

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