Em minha pesquisa de mestrado, criei um robô que fazia o “web scraping” das publicações sobre as manifestações entre 2013 e 2014 com o objetivo de analisar os dados de forma similiar a outros trabalhos científicos no período. Mesmo o site explicando o projeto, surpresa minha foi ver o robô confundido com um grupo de pessoas reais pelo relatório da Operação Firewall que investigou as manifestações entre junho de 2013 até a final da Copa do Mundo de 2014.
Aquela confusão, há 10 anos atrás, deixou claro o potencial de desinformação que uma mídia sintética poderia gerar na sociedade, situação agravada hoje em dia com o desenvolvimento da inteligência artificial generativa. O robô que criei não era tão sofisticado quanto os softwares na linguagem R que os professores Fabio Malini (Labic-UFES) e Raquel Recuero (UCPel) utilizavam para produzir seus grafos nas pesquisas de ciência de dados sobre os protestos de 2013/2014. No meu caso, os plug-ins do WordPress faziam a raspagem dos dados das redes sociais e copiavam as informações para um site, que era indexado pelo Google, diferentemente das redes sociais fechadas como o Facebook. Além disso, o robô traduzia automaticamente todos os textos para três línguas (inglês, espanhol e francês) via API do Google Tradutor e divulgava os links de forma automatizada pelo Twitter. Quando saiu o relatório da investigação policial, acabei desativando o robô “Rebaixada” que havia sido desenvolvido durante oficinas na própria universidade. O relato completo desta história está descrito na minha dissertação de mestrado pela UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
REFERÊNCIAS:
LINKS:
Rebaixada.org (Web Archive – Wayback Machine)
Rebaixada.com.br (Web Archive – Wayback Machine)
Twitter do Robô Rebaixada em Português
Twitter do Robô Rebaixada em Inglês
Twitter do Robô Rebaixada em Espanhol
Twitter do Robô Rebaixada em Francês
Arthur William Santos é mestre em Educação, Cultura e Comunicação (UERJ), pós-graduado no MBA de TV Digital, Radiodifusão e Novas Mídias de Comunicação Eletrônica (UFF), graduado em Comunicação Social / Jornalismo (PUC-Rio) e técnico em eletrônica (CEFET-RJ). Foi gerente executivo de Produção, Aquisição e Parcerias na EBC, além de gerenciar o setor de Criação de Conteúdos e coordenar as Redes Sociais da TV Brasil. Liderou também a área de Inovação/Novos Negócios na TV Escola. Atuou ainda na criação do Canal Educação e do Canal LIBRAS para o Ministério da Educação (MEC). Fez cursos presenciais em Harvard e Stanford sobre Inovação na Educação. Deu aulas em cursos de graduação e pós-graduação nas universidades UniCarioca, Unigranrio, FACHA, INFNET e CEFOJOR (Angola). É membro da SET (Sociedade de Engenharia de Televisão).