Maria Pía Matta Cerna conhece o RadioTube

Maria Pía Matta Cerna divulga o RadioTube pelo twitter

Convergência tecnológica é uma palavra-chave das comunicações do futuro, e as rádios comunitárias se preparam para este cenário. O blog Arturo Ilha conversou com Maria Pía Matta Cerna, presidenta da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc).

Antes do bate-papo, realizado na Rádio Santa Marta, a ativista chilena foi entrevistada pelo Radiotube, rede social de compartilhamento de áudios para emissoras livres, públicas, comunitárias, universitárias e sem fins lucrativos. Pía Matta elogiou o projeto e em seu twitter, divulgou a iniciativa da ONG Criar Brasil, representante da Amarc Brasil.

Na última assembleia mundial da Amarc, o Radiotube recebeu propostas de internacionalização, já que boa parte dos comunicadores populares presentes ao evento indicou a criação de uma ferramenta nestes moldes.

Pía Matta: a voracidade do mercado quer tudo

Já na favela Santa Marta, Pía Matta conheceu a rádio comunitária do local, fechada pela Anatel e pela Polícia Federal em maio de 2011. Ela continua operando pela internet, mas teve sua audiência reduzida já que a internet no morro é precária.

A presidente da Amarc sugeriu que a rádio pressione o governo a oferecer banda larga de qualidade na comunidade, o que permitiria a audição da estação pelo site. Ela ressaltou a importância das rádios comunitárias se apropriarem das novas tecnologias, pois, em sua opinião, o modelo de desenvolvimento vem pela televisão e pelos dispositivos móveis.

Contudo, Maria Pía Matta Cerna lembra que é preciso uma ação do Estado para garantir a presença da comunicação comunitária nos serviços convergentes, pois já existe uma forte concentração no espectro eltromagnético. Para ela, a voracidade do mercado quer tudo: “se tem 10 mil frequências e agora vai ter 100 mil, eles querem as 100 mil”.

A ativista chilena acredita ser preciso fazer algo rapidamente para corrigir a concentração, já que a comunicação comunitária chegou tarde na divisão do espectro: “isso é um problema grave, não só para a rádio, mas para a democracia no mundo”, resume.

Arthur William Cardoso Santos
Arthur William Cardoso Santos

Arthur William Santos é mestre em Educação, Cultura e Comunicação (UERJ), pós-graduado no MBA de TV Digital, Radiodifusão e Novas Mídias de Comunicação Eletrônica (UFF), graduado em Comunicação Social / Jornalismo (PUC-Rio) e técnico em eletrônica (CEFET-RJ). Foi gerente executivo de Produção, Aquisição e Parcerias na EBC, além de gerenciar o setor de Criação de Conteúdos e coordenar as Redes Sociais da TV Brasil. Liderou também a área de Inovação/Novos Negócios na TV Escola. Atuou ainda na criação do Canal Educação e do Canal LIBRAS para o Ministério da Educação (MEC). Fez cursos presenciais em Harvard e Stanford sobre Inovação na Educação. Deu aulas em cursos de graduação e pós-graduação nas universidades UniCarioca, Unigranrio, FACHA, INFNET e CEFOJOR (Angola). É membro da SET (Sociedade de Engenharia de Televisão).

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